quinta-feira, 17 de julho de 2014

IMS-RJ apresenta mostra de premiados diretores estrangeiros, inéditos no Rio de Janeiro

Entre os dias 25 e 27 de julho de 2014, o Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro abrigará a mostra Primeiros encontros, que reúne filmes estrangeiros produzidos de maneira independente entre 2013 e 2014, todos inéditos no Rio de Janeiro. Serão exibidos 12 títulos de cineastas de países como México, França, Alemanha, Filipinas, Espanha, Senegal, China e Portugal, selecionados pelo cineasta e curador Gustavo Beck.


A programação mescla obras de nomes mais experientes com cineastas estreantes. Entre os primeiros, estão diretores como o realizador filipino Raya Martin (conhecido por Independência e Manila, entre outros filmes) com seu O último filme; por sua vez, Valérie Massadian, realizadora de Nana (prêmio de melhor filme estreante no Festival de Locarno em 2011) participará com América; e Mati Diop, conhecida por seus papéis como atriz em filmes como 35 doses de rum, de Claire Denis, terá o filme Mil sóis exibido. Entre os estreantes, está Catarina Vasconcelos, que, com seu primeiro filme, Metáfora ou a tristeza virada do avesso, obteve o prêmio de melhor curta-metragem no Festival Cinéma du Réel em 2014.

Cada obra apresenta diferentes processos de produção, formas de pensar e de fazer cinema, explorando as fronteiras entre a ficção e o documentário ou a inter-relação e os limites entre o cinema e as artes visuais. A proposta tem por objetivo estabelecer um contato do público brasileiro com novas tendências da cinematografia mundial, que raramente chegam ao país.

 
FILMES:

O último filme (La última película)
de Mark Peranson e Raya Martin
País: Filipinas, México, Canadá e Dinamarca
2013, 88 minutos, 16 anos

Festivais: TIFF 2013 – Festival Internacional de Cinema de Toronto; CPH:DOX 2013 – Festival Internacional de Cinema Documentário de Copenhague; Cinema du Réel 2014 – Festival Internacional de Cinema Documentário.


Sinopse:

Livre refilmagem do segundo filme de Dennis Hopper, The Last Movie (1970), filmado no Peru, premiado no Festival de Veneza, mas quase nunca exibido por desacordos entre o produtor e o diretor. No filme de Peranson e Martin, um cineasta independente americano (Alex Ross Perry) e um divertido guia local (Gabino Rodríguez) fazem uma psicodélica viagem às pirâmides de Yucatán em pleno apocalipse maia. Realizado em múltiplos formatos e montado como uma grande colagem, este romântico mosaico trata do fim de uma era e da busca por alguma salvação que estaria por vir. Com humor e melancolia, e em um sábio gesto de saber olhar para trás e para a frente ao mesmo tempo, O último filme é um delirante filme de amor ao cinema.

 
Alan Vega, um milhão de sonhos (Alan Vega, Just a Million Dreams)
de Marie Losier
País: França
2013, 15 minutos, 16 anos



Sinopse:

O filme oferece ao espectador a oportunidade de compartilhar momentos de intimidade com o excêntrico e divertido personagem que dá título ao filme. Alan Vega, o grande astro da banda de punk rock Suicide e também pioneiro do rock eletrônico minimalista, se mostra doce no trato com a família, gosta de assistir a antigos episódios de séries de tv e parece se divertir com a ideia de ser filmado pela amiga e cineasta Marie Losier. Um contagiante retrato diurno de uma lenda viva da noite.

 
A unidade de todas as coisas (The Unity of All Things)
de Alexander Carver e Daniel Schmidt
País: EUA, Suíça, China
2013, 98 minutos, 16 anos
Festivais: Festival Internacional de Cinema de Locarno 2013, VIFF 2013 – Festival Internacional de Cinema de Vancouver

Sinopse:

Alexander Carver e Daniel Schmidt nos transportam a uma alegórica ficção-científica no ambicioso longa-metragem de estreia de ambos. Filmado em 16 mm em diversos países e falado em diferentes línguas, o filme lança o espectador a um tempo futuro em que o desenvolvimento de um grande acelerador de partículas destina-se a sondar a origem do universo. Um filme que abre muitas portas e deixa poucas respostas, mas que se revela convidativo a todo tempo.

 
Perseverança (Let Us Persevere in What We Have Resolved Before We Forget)
de Ben Russell
País: França
2013, 20 minutos, 16 anos
Prêmio: EMAF 2014 - Prêmio Diálogo
Festivais: FIDMarseille 2013 (Festival International de Cinema de Marselha, França), NYFF 2013 – Festival Internacional de Cinema de Nova York (Sessão: Views from the Avant Garde), BFI London Film Festival 2013 (Sessão: Experimenta), EMAF 2014 – European Media Art Festival 2014 em Osnabrück, Alemanha.

Sinopse:                            

Ben Russell parece dar continuidade a uma obra de inúmeros curtas-metragens que já alcança um corpo de trabalho bastante singular. Russell sempre soube experimentar com liberdade diferentes gêneros do cinema, mas há alguns filmes se dedica a filmar personagens que vivem como outsiders em meio à natureza – aqui, nos lança à remota ilha de Tanna, localizada no arquipélago de Vanatu, no Pacífico. Introduzindo-nos em algo que parece ser um documentário etnográfico, o cineasta funde suas escolhas estéticas e nos alavanca a um poderoso filme-retrato de teor político, mas que ainda assim aposta sua força na exuberância das imagens que sabe apreender.

Manakamana (Manakamana)
de Stephanie Spray e Pacho Velez
País: EUA e Nepal
2013, 118 minutos, 16 anos
Prêmios: Festival Internacional de Cinema de Locarno 2013: Leopardo de ouro – prêmio do Júri (sessão Cineastas do presente) e prêmio da crítica – melhor primeiro filme; BAFICI 2014 – Prêmio mostra Vanguarda e gênero
Festivais: DocLisboa 2013, Festival Internacional de Cinema de Locarno 2013, CPH:DOX 2013 – Festival Internacional de Cinema Documentário de Copenhagen, BAFICI 2014 – Festival Internacional de Cine Independiente de Buenos Aires, IFFR 2014 - Festival Internacional de Cinema de Roterdã.


Sinopse:

Último exemplar a sair do Ethnography Sensory Lab de Harvard. O filme se passa inteiramente dentro da cabine de um teleférico que conduz passageiros para cima e para baixo em um templo no Nepal, em uma complexa combinação de tecnologia e espiritualidade. Cada uma das 11 jornadas dura cerca de dez minutos, que é o mesmo tempo de um rolo de 16 mm, o que torna ainda mais intensa a experiência de observar e ser observado. O filme carrega um forte senso de encantamento e, mesmo sendo modulado pela integridade de seus planos, é capaz de surpreender e nos contagiar.


América (America)
de Valérie Massadian
País: França
2013, 7 minutos, 16 anos
Festivais: VIFF 2013 - Festival Internacional de Cinema de Vancouver


Sinopse:

Neste filme, composto por apenas um único plano, a duração surge como chave de acesso para se adentrar um universo onírico, misteriosamente habitado por uma criança. É um mundo próprio da cineasta e estamos convidados a conhecê-lo.


Costa da Morte (Costa da Morte)
de Lois Patiño
País: Espanha
2013, 81 minutos, 16 anos
Prêmio: Melhor Diretor Emergente - mostra Cineastas do presente - Festival de Locarno 2013
Festivais: Festival Internacional de Cinema de Locarno, Viennale, Viena (Áustria), Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2014, BAFICI 2014 – Festival Internacional de Cine Independiente de Buenos Aires, IndieLisboa 2014


Sinopse:

A Costa da Morte é uma região da Galícia considerada o fim do mundo durante o Império Romano, um misterioso e mítico cenário habitado por histórias de naufrágios. Em seu premiado primeiro longa-metragem, Lois Patiño registra a matéria do mundo: a água, o fogo, o vento e as pedras. Filma também paisagens e corpos humanos lançados ao espaço. Desbravamos esta terra onde habitam madeireiros e pescadores que nos preenchem com suas memórias. Observamos o trabalho do homem em meio à imensidão da natureza. Um filme de uma beleza bruta como pouco se encontra.

 
Orbitalna (Orbitalna)
de Marcin Malaszczak
País: Alemanha
2014, 25 minutos, 16 anos
Festivais: Berlinale 2014 – Forum Expanded

Sinopse:

Em Orbitalna, pequenos pontos luminosos aglomerados como uma galáxia na escuridão da noite parecem nos instalar em um novo planeta. Ao amanhecer, num deserto árido e selvagem, máquinas trabalhando. Uma figura humana solitária habita esse lugar e opera toda tecnologia ali instalada. Mas percebemos que existe um outro humano: o que opera a câmera, o que media essa relação. Um filme de rara precisão, o cinema utilizado como ferramenta para nos inserir num universo quase de ficção-científica, nos abandonar e nos fazer deparar com toda a matéria concreta deste novo planeta de que agora também fazemos parte.

 
A selva interior (La jungla interior)
de Juan Barrero
País: Espanha
2013, 75 minutos, 16 min
Festivais: Viennale 2013 – Festival Internacional de Cinema de Viena, Áustria, Seville European Film Festival 2013


Sinopse: 
Juan convida sua namorada, Gala, a visitar a cidade onde passou a maior parte de sua infância.Enquanto fazem planos para o futuro, as ilhas Galápagos surgem como um exótico cenário a ser explorado. Meses depois, quando Juan retorna para casa, descobre que Gala está grávida. O cineasta registra de forma poética, mas também um tanto crua e direta, sua vida ao lado de Gala, enquanto aguardam a chegada do filho e a transformação do casal em família.

 
Metáfora ou a tristeza virada do avesso (Metáfora ou a tristeza virada do avesso)
de Catarina Vasconcelos

País: Portugal, Reino Unido
2014, 32 minutos, 10 anos
Prêmio: Melhor curta-metragem no festival Cinema du Réel 2014
Festivais: Cinema du Réel 2014, DocLisboa 2014


Sinopse:

Dez anos após a morte de sua mãe, a cineasta Catarina Vasconcelos inicia uma troca de cartas com seu irmão. É por meio de doces palavras que conhecemos seu testemunho de memórias íntimas despedaçadas, que afloram com extrema delicadeza e que chegam a nós de forma brutal e devastadora. Alternando granuladas imagens filmadas em Super-8 e outras registradas em digital, este breve relato penetra ainda mais fundo quando nos dá a conhecer os personagens e o tempo de uma revolução passada (Portugal, 1974) que a própria cineasta não viveu, mas que ali pode observar seus pais, juntos, jovens amantes, como se só agora os conhecesse.

 
O incitador (Le souffleur de l’affaire)
de Isabelle Prim
País: França
2014, 55 minutos, 16 anos
Festivais: Hors Pistes 2014 – Centre Georges Pompidou, FIDMarseille 2014 (Festival International de Cinema de Marselha, França) – menção especial – mostra competitiva francesa.


Sinopse:

O filme nasce a partir de um convite do Centre Georges Pompidou, mais especificamente do programa audiovisual de caráter experimental Hors Pistes, para a realização de um filme-performance. A jovem cineasta francesa se une à diretora de fotografia Caroline Champetier e à atriz Clotilde Hesme para, inspirada no Caso Dreyfus, adaptar para a tela e para o palco a triunfante estreia de Cyrano de Bergerac em 1897. Filmado no teatro La Comédie de Reims e narrado por Laurent Poitrenaux, o filme-performance cria labirínticas camadas narrativas, que desafiam o espectador enquanto um burlesco suspense se desenrola no palco.

 
Mil sóis (Mille soleils)
de Mati Diop
País: Senegal, França
2013, 45 minutos, 16 anos
Prêmios: Melhor filme – mostra competitiva internacional – FIDMarseille 2013 (Festival International de Cinema de Marselha)
Festivais: FIDMarseille 2013 (Festival International de Cinema de Marselha, França), IndieLisboa 2014


Sinopse:             

O filme parte do reencontro do espectador com o ator Magaye Niang, estrela do clássico Touki-Bouki (de Djibril Diop Mambéty, 1973). Mati é sobrinha do lendário cineasta senegalês e, embora mais conhecida por seu trabalho como atriz (em especial no filme 35 doses de rum, de Claire Denis, 2008), a jovem estrela se revela aqui uma cineasta. Mil sóis é um western contemporâneo que funde realidade e fantasia. Filmado em Dacar e no Alasca, o filme segue seu personagem-chave 40 anos depois numa viagem íntima como um pastor solitário que realiza uma travessia de um passado perdido para um melancólico futuro. Um filme cru e de assombrosa beleza. Não seria exagero dizer que estamos diante da reinvenção do filme-retrato.

 
Programação:

SEXTA | 25 de julho

14h00

Alan Vega: um milhão de sonhos (Alan Vega: Just a Million Dreams)
de Marie Losier (França, 2013. 15’)
O último filme (La última película)
de Mark Peranson e Raya Martin (México, Dinamarca, Canadá, Filipinas, 2013. 88’)

 
16h00

Perseverança (Let Us Persevere in What We Have Resolved Before We Forget)
de Ben Russell (França, 2013. 20’)

A unidade de todas as coisas (The Unity of All Things)
de Alexander Carver e Daniel Schmidt (EUA, Suíça, China, 2013. 98‘)

 
18h00

Manakamana (Manakamana)
de Pacho Velez e Stephanie Spray (Nepal, EUA, 2013. 118’)

 
20h00

América (America)
de Valérie Massadian (França, 2013. 7’)

Orbitalna (Orbitalna)
de Marcin Malaszczak (Alemanha, 2014. 25‘)

Costa da Morte (Costa da Morte)
de Lois Patiño ( Espanha, 2013. 81’)

 
SÁBADO | 26 de julho

14h00

Metáfora ou a tristeza virada ao avesso (Metáfora ou a tristeza virada ao avesso)
de Catarina Vasconcelos (Portugal, Reino Unido, 2014. 32’)

A selva interior (La jungla interior)

de Juan Barrero (Espanha, 2013. 75‘)

 16h00

O incitador (Le souffleur de l’affaire)
de Isabelle Prim (França, 2014. 55’)

Mil sóis (Mille soleils)
de Mati Diop (França, Senegal, 2013. 45‘)

 18h00

Alan Vega: um milhão de sonhos (Alan Vega: Just a Million Dreams)
de Marie Losier (França, 2013. 15’)

O último filme (La última película)
de Mark Peranson e Raya Martin (México, Dinamarca, Canadá, Filipinas, 2013. 88’)

20h00

Perseverança (Let Us Persevere in What We Have Resolved Before We Forget)
de Ben Russell (França, 2013. 20’)

A unidade de todas as coisas (The Unity of All Things)
de Alexander Carver e Daniel Schmidt (EUA, Suíça, China, 2013. 98‘)

 

DOMINGO | 27 de julho

14h00

Manakamana (Manakamana)
de Pacho Velez e Stephanie Spray (Nepal, EUA, 2013. 118’)

 
16h00
América (America)
de Valérie Massadian (França, 2013. 7’)

Orbitalna (Orbitalna)
de Marcin Malaszczak (Alemanha, 2014. 25‘)

Costa da Morte (Costa da Morte)
de Lois Patiño (Espanha, 2013. 81’)

 
18h00
Metáfora ou a tristeza virada ao avesso (Metáfora ou a tristeza virada ao avesso)
de Catarina Vasconcelos (Portugal, Reino Unido, 2014. 32’)

A selva interior (La jungla interior)
de Juan Barrero (Espanha, 2013. 75‘)

 
20h00

O incitador (Le souffleur de l’affaire)
de Isabelle Prim (França, 2014. 55’)

Mil sóis (Mille Soleils)
de Mati Diop (França, Senegal, 2013. 45‘)

 
Terça a domingo e feriados: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com
Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7417
Disponibilidade de ingressos sujeita à lotação da sala.
Capacidade da sala: 113 lugares

 

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