quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Lançamento do livro livro “O Censo de 1906 do Rio de Janeiro”

Instituto Pereira Passos lança nesta quinta-feira o livro “O Censo de 1906 do Rio de Janeiro”. A data é simbólica, pois o trata do 177 º aniversário de Francisco Pereira Passos, ex-prefeito do Rio.

Pereira Passos foi um dos principais precursores deste registro histórico da cidade do Rio e para tanto, convidamos à leitura do release para a melhor compreensão do tema.

IPP transforma Censo de 1906 do Rio em livro
A partir desta quinta-feira ficará disponível para venda na livraria do Instituto Pereira Passos o livro sobre “O Censo de 1906 do Rio de Janeiro”. A escolha do dia 29 de agosto é simbólica, pois, esta é justamente a data que Francisco Pereira Passos, ex-prefeito do Rio de Janeiro e criador da iniciativa para o Censo, completaria 177 anos. O recenseamento foi desenvolvido exclusivamente para a cidade do Rio e conta com duas partes. Uma introdução escrita por Nelson Senra, professor do programa de mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE, e a reprodução na íntegra da edição original do registro início do século XX.

Na leitura é possível ver que o Censo de 1906 revelou diversas curiosidades da cidade do Rio, como, por exemplo, a quantidade de habitantes na capital brasileira: 811.443. No trabalho de recenseamento também foram levantados dados como sexo, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e nível de instrução, algo que Fernando Cavallieri, assessor especial da presidência do IPP classificou como avançado para uma estatística realizada no começo do século XX. As fichas deveriam ser recebidas, preenchidas e depois assinadas e entregues para o governo. “Segundo o registro histórico, estima-se que cerca de 50% dos cariocas não sabiam ler e escrever. Isso era um reflexo do que era o Brasil naquela época, pois o Rio era a maior cidade do país, explica.

Segundo Senra, era antiga a ideia de tornar público o livro com os dados do Censo de 1906 para um maior número de pesquisadores possível. O primeiro contato com esse volume, de acordo com o pesquisador, foi quando ele e sua equipe buscavam documentos para o segundo dos quatro livros da coleção “História das Estatísticas Brasileiras” que organizou para o IBGE. “Essa publicação cobre basicamente a Primeira República, e entre vários assuntos nele contidos era preciso abordar a história censitária. Foi então que encontramos, seguindo várias pistas, o Censo de 1906. Ele é da maior importância nessa história censitária brasileira, e não apenas pelos números que oferece, mas em especial pelo processo de pesquisa adotado”, comenta.

Outro aspecto relevante é que na época havia casos em que informações pessoais - como nome, com que vivia ou estado de saúde - foram publicadas, algo impraticável atualmente. Considerado pelos autor como um tesouro para quem se interessa pela sócio-história da atividade estatística e para aqueles que gostam de história em geral, o livro reserva mais algumas curiosidades:

Brasil x Argentina
No Censo de 1906 há uma comparação constante com a cidade de Buenos Aires, na Argentina. “Tudo isso é muito ligado à riqueza que a capital argentina, bem como o país portenho nos meados do século XX. Portanto a cidade era uma referência e desde antes àquela época havia sim uma competição, uma vez que Buenos Aires tinha um dos maiores portos da América Latina e o Rio também”, explica Fernando Cavallieri.

Resistência popular
A população se sentiu intimidada e tinha dificuldade de entender qual era o real motivo de se produzir tais dados estatísticos. Segundo o autor Nelson Senra, o povo achava que revelar informações aos poderes públicos era um risco, abrindo oportunidades para a convocação para o serviço militar (então não obrigatório) ou que pudessem ser tributados especialmente. "Por não terem as suas propriedades devidamente registradas, havia muitos outros temores. As pessoas entendiam a situação como uma espécie de violação da intimidade. Nesse contexto a propaganda de divulgação era um esforço absolutamente fundamental, e a do Censo de 1906 foi intensa e variada", diz.

Os centenários
Senra conta também que muitos dos que declararam ter mais de 100 anos (182 contabilizados), provavelmente não tinham essa idade. Muitos se diziam portadores de idades improváveis, algo já conhecido pelos técnicos, que sofriam com a ausência de registros formais de comprovação. "Portanto, se levarmos a sério o que era falado pelos idosos ao Censo de 1906, seria possível dizer que nesse período os cidadãos do Rio de Janeiro levavam uma vida muito longeva, o que não é verdade. Com o passar dos anos a cidade evoluiu e expectativa de vida também".

domingo, 25 de agosto de 2013

"Janela indiscreta" no Cineclube do Jardim Bôtanico


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Walter Lima Junior brinda os cinéfilos com mais um clássico do mestre do suspense, Alfred Hitchcock, na terça-feira, dia 27, às 19h. Em "Janela indiscreta" (Rear window), de 1954, James Stewart, um dos atores preferidos do diretor inglês, faz o papel de Jeff,  um fotógrafo profissional confinado em casa devido a uma perna quebrada. Acostumado com as situações perigosas do trabalho, Jeff se sente entediado e acaba espiando a vida dos vizinhos pela janela de seu apartamento. A observação deixa de ser um passatempo quando ele suspeita haver testemunhado um assassinato.

O Cineclube do Jardim funciona sempre às terças, às 19h, no Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com acesso pela rua Jardim Botânico, 1008. A entrada é gratuita.

Museu do Meio Ambiente recebe mostras de cinema



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A Mostra de Cinema Memória em Movimento, a partir do dia 28 de agosto, e o Festival Filmambiente, que começa dia 30, garantem uma programação variada na sala multimídia do Museu.

A Mostra Memória em Movimento integra as atividades da III Semana Fluminense de Patrimônio pela primeira vez, exibindo documentários de curta, média e longa metragem que têm como tema central o patrimônio cultural brasileiro, principalmente o patrimônio material e imaterial fluminense. Os filmes, exibidos em diferentes espaços culturais do Estado do Rio, buscam divulgar as diversas manifestações da cultura  brasileira: música, dança, festas populares, rituais indígenas e afro-brasileiros, arte popular, etc. 

No Museu do Meio Ambiente, a mostra vai de 28 a 30 de setembro, com sessões às 19h. Na quarta, dia 28 serão exibidos dois filmes do diretor Ricardo Miranda, tendo como tema a mesa brasileira: "O pão nosso de cada dia" e "Farnel lusitano". Na quinta, Ricardo Miranda estará presente para apresentar e debater seu documentário "Civilização do couro". E na sexta, dia 30, será exibido o longa "Estrada Real da Cachaça" de Pedro Urano.

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Filmambiente - Em sua terceira edição, o Festival Internacional do Audiovisual Ambiental - Filmambiente, traz tês mostras para o Museu do Meio Ambiente de 30 de agosto a 5 de setembro. O evento visa estimular o debate e ampliar o conhecimento sobre as mudanças comportamentais necessárias para a preservação da vida no planeta. Os longas e curtas-metragens selecionados representam as mais recentes produções nacionais e internacionais sobre questões ambientais.

O Museu abrigará as mostras Planeta Ultrajado, Do DDT e Hormônios à Segurança Alimentar e Será mesmo só Ficção, incluindo sessões que contarão com presença de diretores para responder às perguntas do público. No dia 31 de agosto, às 15h30, a conversa será com um dos diretores do filme “Os invisíveis de Belo Monte”. No domingo, dia 1 de setembro, às 15h30, Marcos Nisti, diretor de “Muito além do peso”, fará o debate após a exibição. Uma exposição de videoarte, que exibe curtas da mostra internacional: “Histórias Legais Para Quando o Planeta Ficar Quente I, II e III” também compõe a programação. Mais informações em: www.filmambiente.com
O Museu do Meio Ambiente fica na rua Jardim Botânico, 1008 e a entrada é gratuita.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mostra traz filmes de cineasta e fotógrafo português que relacionam tempo e memória



Entre os dias 21 e 24 de agosto, o Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro exibirá a mostra Trabalho de memória, com filmes do cineasta e fotógrafo português Daniel Blaufuks. Suas obras são conhecidas por relacionar a memória usando vídeos e fotografias e apresentar o resultado por meio de livros, instalações e filmes. Seus temas preferidos são a ligação entre o tempo e o espaço e a representação da memória privada e pública.

Serão exibidos, com a presença do diretor, os filmes Sob céus estranhos (2002), Um pouco mais pequeno do que Indiana (2006) e Éden (2011). No dia 24, às 17h, haverá um debate com Daniel Blaufuks, ilustrado com projeção de vídeos.

Sobre Daniel Blaufuks
Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1963, e realizou seus estudos no Ar.Co, em Lisboa, e no Royal College of Art, em Londres. Recebeu diversos prêmios por seus trabalhos, entre eles o Kodak National Award em 1990, Melhor diretor, no festival Caminhos do Cinema Português em 2002, e Melhor documentário português, no Festival Internacional de Cinema Independente IndieLisboa em 2011. Como fotógrafo, participou de diversas mostras individuais e coletivas e, como cineasta, realizou 24 filmes, entre curtas, médias e longas.

Programação
QUARTA | 21 DE AGOSTO
20h00 : Sob céus estranhos (Under Strange Skies)
de Daniel Blaufuks (Portugal, 2002. 57’)
Durante a Segunda Guerra Mundial, Lisboa foi um corredor de passagem para os refugiados vindos dos territórios ocupados por Hitler e dirigindo-se à América. Este filme relata duas histórias paralelas sobre exílio e integração. Por meio de memórias narradas e fotografias, é contada a saga de uma família judia alemã que decidiu ficar em Portugal. A história maior, sobre os outros que usaram Lisboa como rota de fuga, é relatada igualmente por meio de filmes de época e das memórias escritas de alguns dos intelectuais mais importantes da época, incluindo Heinrich Mann e Alfred
Döblin. Sob céus estranhos evoca um tempo desesperado e intensamente romântico, de exílio, de falta de esperança e, em última instância, de liberdade.
Sessão com presença do realizador

QUINTA | 22 DE AGOSTO
18h30 : Um pouco mais pequeno do que o Indiana (Slightly Smaller than Indiana)
de Daniel Blaufuks (Portugal, 2006. 78’)
Um road movie sobre Portugal “um país que se atravessa em seis horas de norte a sul e em hora e meia de leste a oeste”. A paisagem era a do “Portugal pós-Euro 2004 e prestes a entrar no governo provisório de Santana Lopes”, lembra o diretor. “É um país parecido com a imagem que todos nós ainda temos da ‘nossa terra’, mas que já deixou de corresponder à realidade e é quase irreconhecível. Foi esse pensamento que me levou a querer fazer este filme. Só conseguia pensar na letra de uma música do Morrisey: ‘Hide on the promenade, etch a postcard, How I dearly wish I was not here in the seaside town that they forgot to bomb. Come, come, come – nuclear bomb…’ Não era isso que eu queria para o meu filme? Não era esse caos que eu andava à procura e que me tinha feito meter nessa aventura? A realidade superou as minhas expectativas e, sim, era isso que eu queria para o meu filme. O problema é que não era isso que eu queria para o meu país”, diz ele.
Sessão com presença do realizador

SEXTA | 23 DE AGOSTO
20h00 : Éden
de Daniel Blaufuks (Portugal, 2011. 60’)
“O mar e o cinema eram as únicas formas de sair da ilha.” O olhar do documentarista conduz-nos a São Vicente (Cabo Verde) pelas memórias que o cinema deixou na ilha. Baseado em um interessante trabalho de pesquisa, tanto pela riqueza dos depoimentos, como pelas imagens, Éden é um filme que mergulha no imaginário contemporâneo de um povo e de um lugar por meio de sua relação com o cinema.
Sessão com presença do realizador

SÁBADO | 24 DE AGOSTO
17h00 :  Debate com Daniel Blaufuks, ilustrado com projeção de vídeos



SERVIÇO:

TRABALHO DE MEMÓRIA: de terça a domingo R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia).

Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
CEP: 22451-040. Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 3284-7400; Fax: (21) 2239-5559
De terça a domingo e feriados, das 11h às 20h.

Acesso a portadores de necessidades especiais
Estacionamento gratuito no local
Capacidade da sala: 113 lugares
Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala
O cinema do IMS funciona de terça a domingo.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Festival Bienal "Assim Vivemos" no CCBB

O festival bienal que comemora 10 anos de existência e tem como protagonistas, pessoas com alguma deficiência, "Assim Vivemos”  chega a 6° edição e reúne 28 filmes de 17 nações.

Com o objetivo de promover uma discussão estética cinematográfica, que acrescenta muito na formação cultural de um público diversificado. Esse debate se articula com os temas dos filmes e traz à tona questões fundamentais e urgentes relativas às pessoas com deficiência. O festival exibe documentários, filmes de ficção e animações que formam um mosaico surpreendente e esclarecedor. Filmes que trazem a pessoa com deficiência para a cena principal e, através da arte, quebram os preconceitos, conferindo à questão outra dimensão. 

Desde a primeira edição, o festival oferece uma acessibilidade inédita para pessoas com deficiência visual, a Audiodescrição; feita por dois atores em todas as sessões e transmitida para fones de ouvidos disponibilizados para o público. Em todos os filmes são inseridas legendas Closed Caption, sistema que inclui informações extra-diálogos (para o público de pessoas com deficiência auditiva). São distribuídos catálogos em Braille com informações e sinopses dos filmes para as pessoas com deficiência visual. E nos debates, há intérpretes de LIBRAS, para que as pessoas surdas também possam participar.

Com uma programação de filmes que ultrapassam barreiras e desmontam preconceitos, o festival reúne produções nacionais e internacionais sobre o tema deficiência, sob a ótica da inclusão e com o objetivo de mostrar as capacidades das pessoas e sua inserção na sociedade.

O festival contará ainda com uma exibição especial do longa “As Sessões” , que servirá de tema para um dos quatro debates organizados sobre temas específicos, congregando pessoas com deficiência, profissionais especializados e realizadores. O filme trata da vida afetiva e sexual de Mark O´Brien, personagem real que já foi retratado em um documentário exibido na primeira edição do evento: “Lições de Respiração: a vida e a obra de Mark O´Brien”. Os temas dos outros debates serão “Autismo e seus desafios”, “Surdez e comunicação” e “Institucionalização das pessoas com deficiência”.

Gustavo Acioli, curador do festival comentou: “Não podemos deixar de mencionar que nunca recebemos tantas inscrições de filmes brasileiros quanto neste ano. E o mais importante não é apenas a quantidade, mas a qualidade da maior parte da produção. Para nós, é uma grande satisfação poder anunciar que, este ano, temos uma grande safra de filmes nacionais”.

Todas as sessões terão entrada franca e os filmes exibidos são majoritariamente documentários. 

A mostra será realizada nas unidades do CCBB do Rio de Janeiro, Brasília e SP, entre os meses de agosto e outubro. A programação completa está disponível no site:www.assimvivemos.com.br .


Cineasta alemão Werner Schroeter ganha retrospectiva no cinema do Instituto Moreira Salles


Quinze filmes do cineasta alemão Werner Schroeter (1945-2010) compõem a mostra ENTRE A AVANT-GARDE E O CINEMA DE ARTE, homenagem ao diretor que será realizada entre os dias 9 e 22 de agosto no cinema do IMS-RJ. Na retrospectiva do IMS, serão apresentadas importantes produções do diretor considerado um dos mais importantes nomes do Novo Cinema Alemão, como Concílio de amor (Liebeskonzil), de 1982, que levou o prêmio de crítica na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em 1983. A mostra tem o apoio do Instituto Goethe e integra a temporada Alemanha + Brasil 2013-2014

Schroeter também ganhou o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 1980, pelo filme – também presente na mostra do IMS – Palermo ou Wolfsburg (Palermo oder Wolfsburg, 1979), sobre a história de um jovem italiano que vai para a Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial. Ao longo da carreira, o cineasta recebeu prêmios em importantes festivais, além do prêmio especial em Veneza pelos 40 anos de carreira (2008); e, em 2010, o prêmio Teddy no Festival de Berlim, pelo conjunto de sua obra.

Confira a programação da mostra:

SEXTA | 9 de agosto
14h: Argila (Argila), direção, roteiro, fotografia, música e montagem de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’)

Essa obra experimental de Werner Schroeter faz parte de seus primeiros trabalhos e foi criada em forma de projeção dupla. O filme utilizado como base exibe um homem e três mulheres, duas interagem diretamente com ele, a terceira comenta os acontecimentos. O filme é projetado uma vez em cópia muda em preto e branco e uma colorida e sonorizada na outra metade da tela. A cópia em preto e branco começa um minuto mais cedo, com esse adiantamento, a cor e o som tornam-se uma lembrança complementar das imagens já vistas.
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

15h: Eika Katappa (Eika Katappa), direção, roteiro e montagem de Werner Schroeter (Alemanha, Itália, 1969. 144’)

A colagem experimental de Werner Schroeter monta imagens e sons assíncronos, sem vínculo direto e explícito, ou seja, o vínculo é criado inicialmente na cabeça do público. Aqui forma-se um contexto entre lendas antigas, opereta, cinema, show, Beethoven, Maria Callas, Verdi e Caterina Valente. O filme foi premiado no Festival de Mannheim em 1969 e exibido em 1970, na Quinzaine des Realisateurs do Festival de Cannes.
Classificação etária: 18 anos

18h: Willow Springs (Willow Springs), direção, roteiro, fotografia e montagem (com Ila von Hasperberg) de Werner Schroeter (Alemanha, 1972. 78’)

Três mulheres levam uma vida recatada no deserto californiano e sentem-se ameaçadas pela chegada de um homem estranho. Produzido pela televisão alemã, ZDF, o filme conta a história de um humor surreal como um sonho.
Classificação etária: 18 anos

20h: A estrela risonha (Der lachende Stern), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, 1983. 110’)

Em visita ao Festival Internacional de Cinema de Manila, o diretor fica impressionado com as enormes diferenças entre pobres e ricos nas Filipinas. Começa a filmar em segredo, usando somente o pequeno orçamento que o ator Peter Kern lhe coloca à disposição, pesquisando também a herança colonial em imagens de arquivo. Schroeter começa a traçar paralelos entre a história dos países sul-americanos e sua ficção ‘O anjo negro’ e realiza o que ele mesmo define como um ‘caleidoscópio de um país devastado’ e ‘um olhar atrás da máscara da ditadura de Marcos’.
Classificação etária: 18 anos


SÁBADO | 10 de agosto
14h: Concílio de amor (Liebeskonzil), direção de Werner Schroeter (Alemanha, 1982. 92’)

Para acabar com a depravação na época da renascença, Deus convoca um concílio no céu. Ele pede conselhos a Maria, a Jesus e ao Diabo para decidir como castigar as pessoas e, ao mesmo tempo, resgatar suas almas para continuar a ter súditos no paraíso. Finalmente o Diabo é incumbido de impor o castigo adequado. Ele gera uma filha com Salomé que vai à corte imoral do Papa Alexandre VI para contagiar as pessoas com sífilis. Adaptação da peça de teatro de Oskar Panizza (1853-1921). A ação principal é o processo contra Panizza, condenado em 1895 a um ano de prisão por blasfêmia em "Concílio de amor”. Panizza, mais tarde, acabou no manicômio.
Classificação etária: 18 anos

16h: Dia dos idiotas (Tag der Idioten), direção e roteiro (com Dana Horaková) de Werner Schroeter (Alemanha, 1981. 110’)

O que se passa na cabeça da bela Carol Schneider? Ela não se encaixa na vida normal. Tenta escapar com todos os recursos: grita, chora, xinga e implora pela atenção de seu apático amante Alexander. “Matem-me!” ela grita para o nada. O seu comportamento a leva à internação em um manicômio. Aqui ela quer ficar para sempre, apesar de continuar isolada. Finalmente, recebe alta, está curada. Os muros do manicômio desabam e Carol é atropelada por um carro. Uma reflexão surrealista sobre a fuga do manicômio.
Classificação etária: 18 anos

18h: A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’)

A meio-soprano Maria Malibran, cuja voz e beleza conquistou os corações de Rossini e Bellini, faleceu em 1836 com 26 anos em decorrência de uma queda do cavalo. Ela encanta até hoje cantoras líricas como Cecilia Bartoli, que dedicou um CD inteiro à sua obra. O filme não pretende ser biográfico, mas destina-se ao seu mito e seu misticismo, apresentando Magdalena Montezuma e Candy Darling nos papéis principais. O filme retrata os pontos fortes e fracos das divas, independente do século; de Maria Callas a Janis Joplin, as Malibrans modernas, a quem Werner Schroeter dedica esse filme. Produzido pela televisão alemã ZDF.
Classificação etária: 18 anos

20h: Ensaio geral (Generalprobe), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, 1980. 90’)
Durante o festival de teatro internacional de Nancy (1980), o cineasta documenta as contribuições de artistas famosos – entre eles, Pina Bausch, Reinhold Hoffman e Kazuo Ohno. Uma visão pessoal do processo criativo no teatro, e ao mesmo tempo uma meditação sobre o amor e a falta de amor, sobre saudade e pátria.
Classificação etária: 18 anos

DOMINGO | 11 de agosto
14h: Duas (Deux), direção e roteiro (com Cédric Anger) de Werner Schroeter (Alemanha, França e Portugal, 2002. 121’)

As irmãs gêmeas adotadas Magdalena e Maria, as duas personagens interpretadas por Isabelle Huppert, são criadas separadamente; uma não sabe da existência da outra. Em forma de colagem são entrelaçadas cenas da vida das duas mulheres e da mãe, criando imagens de paixões e pensamentos secretos.
Classificação etária: 18 anos

16h: Sobre a Argentina (De l'Argentine / Zum Beispiel Argentinien), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alamanha, França, 1986. 94’)
Documentário sobre os pavores e a tortura da ditadura militar argentina. Werner Schroeter compara as informações oficiais publicadas pelo regime militar com os depoimentos de vítimas, dissidentes e as famílias dos desaparecidos. A intimidade com os entrevistados, através de sua mímica e suas palavras, o filme transmite bem o pavor da violência.
Classificação etária: 18 anos

17h40: Piloto de bombardeiro (Der Bomberpilot), direção e roteiro de Werner Schroeter
(Alemanha, 1970. 65’)

Primeiro trabalho do diretor para a televisão alemã. A carreira de três mulheres como cantoras e dançarinas, desde o tempo do nazismo até o milagre econômico alemão das décadas de 1950 e 1960. Produzido pela televisão alemã ZDF.
Classificação etária: 18 anos

19h: Palermo ou Wolfsburg (Palermo oder Wolfsburg), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, Suíça, 1979. 175’)

Para apoiar financeiramente a sua família, Nicola, um jovem siciliano de 17 anos, muda-se para a Alemanha, para trabalhar na fábrica da Volkswagen em Wolfsburg. Ele encontra amigos italianos, que tentam informá-lo sobre a crueldade da sociedade capitalista. Todavia, Nicola se considera um homem de sorte: tem um emprego, um lugar para morar e uma namorada alemã, Brigitte. Seu amor por Brigitte faz como que esqueça a dureza do dia a dia, as pequenas humilhações de seus superiores e o isolamento causado pelo idioma. Até que um dia, Brigitte o deixa. Na tentativa de salvar a sua honra, Nicola se tornará um assassino. Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1980.
Classificação etária: 18 anos

TERÇA | 13 de agosto
14h: Ensaio geral (Generalprobe / La Répétition Générale), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, 1980. 90’)
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

16h: Noite de cão (Nuit de chien / Diese Nacht), direção e roteiro (do livro de Juan Carlos Onetti) de Werner Schroeter (Alemanha, França, Portugal, 2008 120’)

Uma ditadura, em algum lugar na América Latina. À noite, na estação de trem de Santa Maria, Osorio, um homem de quarenta e poucos anos, líder de um grupo de resistência fracassado, desce do trem e encontra um grupo de fugitivos e soldados exaustos. Chega a uma cidade ocupada, em busca de antigos companheiros e de sua amante. No entanto, rapidamente percebe que a situação mudou: uma milícia brutal aterroriza a população e mesmo antigos idealistas só tentam salvar a própria vida.
Classificação etária: 18 anos

18h15: O anjo negro  (Der schwarze Engel), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, 1974. 71’)

No começo, imagens documentárias e comentários sobre a cidade de México para conduzir o espectador numa viagem mística de duas turistas, uma alemã e uma secretária da embaixada americana, que buscam o sentido de vida e realização pessoal nas ruínas dos Deuses Incas. O próprio Schroeter descreve a sua obra como “piada nostálgica, uma farsa barata”, um romantismo de gosto duvidoso e colonialista.
 Classificação etária: 18 anos

20h: A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’)
Classificação etária: 18 anos

QUARTA | 14 de agosto
14h: Piloto de bombardeiro (Der Bomberpilot), direção e roteiro de Werner Schroeter
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

15h30: Os flocos de ouro (Les Flocons d'or / Goldflocken), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1975. 163’)

O filme se passa em Cuba (inventada), na França, na região do Ruhr e na Baviera, é falado em vários idiomas e dividido em quatro atos. Schroeter reflete sobre destino e moral e a atriz Bulle Ogier comenta esse filme mais tarde: “As sequências em preto e branco são a coisa mais bela que já fiz no cinema. Werner conseguiu captar a fragilidade, a transparência delicada dentro de mim. Assim como com Andréa Ferréol, que nunca esteve mais sexy e mais Renoir em um filme”.
Classificação etária: 18 anos

19h: Argila (Argila), direção, roteiro, fotografia, música e montagem de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’)
Entrada franca

20h: A estrela risonha (Der lachende Stern), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, 1983. 110’)
Classificação etária: 18 anos

QUINTA | 15 de agosto
14h: À procura do sol (Auf der Suche nach der Sonne), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, 1986. 60’)

Uma documentário sobre Ariane Mnouchkine, a fundadora do lendário teatro de vanguarda Théâtre du Soleil. Schroeter compartilha com Mnouchkine a preferência por colagens e pastiche, improvisação, drama grego, commedia dell’arte, ópera e tradições de dança e teatro asiáticos. Ele estuda o processo de trabalho criativo dela acompanhando a montagem da peça 1789e a realização do filme Molière.
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

15h30: Palermo ou Wolfburg (Palermo oder Wolfburg), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, Suíça, 1979. 175’)
Classificação etária: 18 anos

19h: Argila (Argila), direção, roteiro, fotografia, música e montagem de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’)
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

20h: Duas (Deux), direção e roteiro (com Cédric Anger) de Werner Schroeter (Alemanha, França e Portugal, 2002. 121’)
Classificação etária: 18 anos

SEXTA | 16 de agosto
20h: Noite de cão (Nuit de chien / Diese Nacht), direção e roteiro (do livro de Juan Carlos Onetti) de Werner Schroeter (Alemanha, França, Portugal, 2008 120’)
Classificação etária: 18 anos

SÁBADO | 17 de agosto
20h: A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’)
Classificação etária: 18 anos

DOMINGO | 18 de agosto
20h: Sobre a Argentina (De l'Argentine / Zum Beispiel Argentinien), direção e roteiro de Werner Schroeter (Alamanha, França, 1986. 94’)
Classificação etária: 18 anos

TERÇA | 20 de agosto
14h: Argila (Argila), direção, roteiro, fotografia, música e montagem de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’)
Classificação etária: 18 anos
Entrada franca

15h30: Os flocos de ouro (Les Flocons d'or / Goldflocken), direção, roteiro e fotografia de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1975. 163’)
Classificação etária: 18 anos

QUARTA | 21 de agosto
14h: Concílio de amor (Liebeskonzil), direção de Werner Schroeter (Alemanha, 1982. 92’)
Classificação etária: 18 anos

QUINTA | 22 de agosto
16h: Dia dos idiotas (Tag der Idioten), direção e roteiro (com Dana Horaková) de Werner Schroeter (Alemanha, 1981. 110’)
Classificação etária: 18 anos

SERVIÇO:

De terça a domingo R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia).

Passaporte: R$ 40 válido para 10 sessões da mostra. 

Exposição sobre poesia marginal no IMS



O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro abre no dia 9 de agosto (sexta-feira), às 18h, a exposição Poesia Marginal - Palavra e Livro, com curadoria do poeta e consultor de literatura do IMS Eucanaã Ferraz.  Na abertura, o encontro de duas gerações de autores, numa leitura de poemas ao ar livre, informal, no molde das famosas artimanhas dos anos 1970: Bernardo Vilhena, Charles Peixoto, Luis Olavo Fontes e Nicolas Behr, os marginais que terão seus livros expostos; Alice Sant'Anna, Augusto de Guimaraens Cavalcanti, Ismar Tirelli Neto, Laura Liuzzi, Leonardo Gandolfi, Mariano Marovatto, Marília Garcia, Sylvio Fraga Neto e Victor Heringer, jovens afinados com a postura e a estética daqueles primeiros.

Serão expostas cerca de 60 publicações, sobretudo livros da década de 1970, época em que a poesia marginal teve sua grande expressão. São publicações de autores como Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chico Alvim, Geraldo Carneiro, Roberto Schwarz, Chacal, Bernardo Vilhena, Guilherme Mandaro, Eudoro Augusto, Zuca Sardan, Luis Olavo Fontes, entre outros, que organizaram grupos e selos literários como Frenesi, Nuvem cigana, Vida de artista, e Capricho. Há também livretos mimeografados, como os de Nicolas Behr, fotografias e revistas literárias relacionadas a esta época, como a Navilouca e as duas edições do Almanaque Biotônico Vitalidade.

A poesia marginal fez dos livros instrumento privilegiado. Sem muito dinheiro, os autores inventaram meios de editar suas publicações, sem depender das editoras, que eram pouco receptivas a um gênero nada comercial. Tudo começou com o mimeógrafo, na época, o principal equipamento de reprodução de textos nas escolas, que serviu ao movimento estudantil para espalhar mensagens políticas. Os poetas utilizavam estêncil; xerox; ofsete; grampos em vez de costura; envelopes e sacos em vez de encadernação; papéis de baixo preço e considerados toscos, como o Kraft;  impressão em, no máximo, duas cores; carimbos. “O livro mais barato era mais acessível e, portanto, poderia alcançar mais leitores; opunha-se de cara ao livro caro, ao objeto requintado da alta cultura, às soluções caras do esnobe mercado editorial. O livro barato era um objeto político: antiburguês”, explica o curador Eucanaã Ferraz. “Esses livros construíram uma estética singular, surpreendentemente inovadora e sofisticada. Como linguagem – basta vê-los hoje –, são, sem dúvida, ricos, porque carreiam diversos significados, espelhando graficamente seus conteúdos – o verso veloz, insolente, próximo da fala cotidiana, com o humour e a ironia vizinhos à confissão áspera ou a certa sensibilidade romanesca. Tradição literária, vanguardas, mundo pop, tudo tinha lugar”, completa. Estética e atitude existencial se fundiam contra a ditadura e a caretice.

A exposição será antecedida pela mostra de cinema Minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem entre os dias 2 e 8 de agosto. Serão exibidos sete filmes: Assaltaram a gramática, de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13’), um perfil dos poetas Francisco Alvim, Paulo Leminski, Waly Salomão, Chacal e Ana Cristina César; Gregório de Mattos, de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70’); Batuque dos astros, de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74’), sobre Fernando Pessoa; Caramujo flor, de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20’), sobre Manoel de Barros; O canto e a fúria, de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55’), sobre Ferreira Gullar; Pan-cinema permanente, de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83’), sobre Waly Salomão; e Ex-isto, de Cao Guimarães (Brasil, 2010. 86’), sobre Paulo Leminski. São produções sobre poesia, feitas com a preocupação de arejar a linguagem do cinema sob influência direta dos poetas escolhidos como personagens. 

A programação pode ser vista aqui: http://ims.uol.com.br/programacao/D1153


Programação da mostra

SEXTA | 02 DE AGOSTO

14h00: Assaltaram a gramática, de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13’)
Um perfil dos poetas Francisco Alvim, Paulo Leminski, Waly Salomão e Chacal, e uma homenagem a Ana Cristina César, por meio de poemas e textos expressivos. A música Assaltaram a gramática, de Lulu Santos e Waly Salomão, foi gravada especialmente para o filme.

Gregório de Mattos, de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70’)
Originalmente o filme  chamava-se Gema a quem gemer, ou o pouco que se sabe sobre Gregório de Mattos e como esse título é obviamente muito literário optei por usar somente  o nome do poeta” – esclarece a diretora. “Mas a verdade verdadeira é que se nos dedicássemos realmente a ler suas poesias o conheceríamos melhor do que muita gente que convive diariamente conosco. Tudo isso só para dizer que Gregório de Mattos é uma ficção ele mesmo”.

18h00: Batuque dos astros, de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74’)

SÁBADO | 03 DE AGOSTO
14h00: Caramujo flor, de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20’)
Através de uma colagem de fragmentos visuais e sonoros, uma imersão na poesia múltipla de Manoel de Barros.

O canto e a fúria, de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55’)
Ferreira Gullar, o autor do celebrado Poema sujo (1975) comenta sua vida, seu engajamento político e lê alguns de seus trabalhos favoritos.
18h00: Batuque dos astros, de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74’)

DOMINGO | 04 DE AGOSTO
14h00: Pan-cinema permanente, de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83’)
Retrato sem retoques do poeta e compositor baiano Waly Salomão.

18h00: Ex-isto, de Cao Guimarães (Brasil, 2010. 86’)
Livremente inspirado na obra Catatau, de Paulo Leminski, que imaginou uma hipótese poética/histórica: e se René Descartes tivesse vindo ao Brasil com Maurício de Nassau?.

TERÇA | 06 DE AGOSTO
14h00:  Pan-cinema permanente, de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83’)

QUARTA | 07 DE AGOSTO
14h00: Assaltaram a gramática, de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13’)
Gregório de Mattos, de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70’)

QUINTA | 08 DE AGOSTO
14h00: Caramujo flor, de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20’)

O canto e a fúria, de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55’)