O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro
comemorará os 175 anos da invenção da fotografia no próximo dia 19 de agosto
com debate entre Boris Kossoy e Joaquim Marçal e a realização da oficina Daguerreótipos
– O início da fotografia, ministrado por Francisco Moreira da Costa.
Debate
Da descoberta isolada da fotografia no Brasil por
Hercule Florence à fotografia hoje
Com Boris Kossoy, Joaquim Marçal e mediação de
Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS.
Dia 19 de agosto, às 19h.
senhas serão distribuídas 30 minutos antes do
início do debate.
Oficina
Daguerreótipos – O início da fotografia
Coordenador: Francisco Moreira da Costa
Único curso do gênero no Brasil, a aula
originalmente intitulada Vivência em daguerreotipia é uma
adaptação do workshop de Francisco Moreira da Costa já
conhecido entre os profissionais, interessados em processos fotográficos e
amantes da fotografia. O objetivo da demonstração de oito horas é oferecer
um panorama integral desta técnica fotográfica oitocentista e permitir que cada
participante acompanhe o processo, do polimento da placa de cobre até a
obtenção da imagem sobre a prata.
Dia 19 de agosto, das 10h às 18h..
Número de participantes: 18.
Inscrições: recepção do IMS, de terça a
domingo, das 11h às 20h.Valor: R$ 70,00 (não temos valor com desconto).
Programa da oficina:
Palestra de introdução à história da
daguerreotipia, apresentação dos equipamentos e procedimentos para a realização
do processo. A vivência percorrerá todas as etapas de produção de um
daguerreótipo:
·
Sensibilização de duas placas
de prata;
·
Exposição na câmera
fotográfica;
·
Revelação com mercúrio;
·
Fixação e montagem com
materiais contemporâneos.
Sobre a daguerreotipia
O primeiro processo fotográfico, desenvolvido por
Louis-Jacques-Mandé Daguerre, foi publicado pela Academia de Ciências de Paris
em 19 de agosto de 1839. A daguerreotipia surpreendeu o mundo pela sua
capacidade de reproduzir a realidade, com uma definição que nunca foi superada
por outra técnica. Além disso, ela confere à fotografia o status de
joia, pois a imagem é formada sobre a prata, um metal nobre, e muitas vezes é
tratada com uma viragem em ouro, sendo cada exemplar um original único.
Entre os processos históricos, a daguerreotipia é a
técnica menos revisitada na era moderna. A produção do daguerreótipo requer um
envolvimento muito íntimo e particular do fotógrafo, pois o trabalho exige
concentração, paciência, minúcia, esmero, determinação e, também, bastante
cuidado, pois lida com produtos químicos perigosos. Por isso, o domínio sobre
cada etapa é imprescindível, e a imagem é resultado de uma sutil ligação entre
a ciência e a intuição.
Atrás de um daguerreótipo está sempre um apurado processo
de busca pela qualidade, de autoconhecimento, de perseverança e persistência,
além de um íntimo desejo de ver realizada a transformação dos materiais, tal
como os alquimistas o almejavam. Por isso, quando o trabalho é bem-sucedido,
exerce sempre um fascínio mágico.
Cerca de quatro meses depois da invenção da
daguerreotipia, a técnica teve sua primeira demonstração no Brasil. Em 1840,
dom Pedro II adquiriu um daguerreótipo e passou a se dedicar à atividade.
Sobre Francisco Moreira da
Costa
Carioca, nascido em 1960, Francisco Moreira da
Costa pesquisa daguerreotipia desde 1996. Desenvolveu o seu equipamento a
partir de manuais do século XIX. É um dos únicos brasileiros a utilizar a
técnica original da daguerreotipia e está entre os cerca de 30 daguerreotipistas
contemporâneos em atividade no mundo. Em 2004, foi selecionado para o Salão
Arte Pará com três daguerreótipos, recebendo, por um deles, o Prêmio Aquisição,
Acervo da Fundação Rômulo Maiorana. Já coordenou diversas oficinas de
daguerreotipia no Brasil e na América do Sul.
Sobre Boris Kossoy
Natural de São Paulo, dedicou-se desde jovem à
fotografia. Em 1968, fundou o Estúdio Ampliart, atuando nas áreas de
jornalismo, publicidade e retrato, paralelamente a uma carreira autoral.
Graduou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie (1965) e obteve mestrado
e doutorado em ciências pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São
Paulo (1977-1979). Começou no magistério ministrando o primeiro curso de
fotografia na Faculdade de Comunicação Social Anhembi, em 1973. Foi professor
também do Curso de Especialização em Museologia, instituição precursora nessa
área em São Paulo, e da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp
(campus Bauru). Na USP, seu vínculo teve início no final dos anos 1980,
tornando-se livre-docente em 2000 e professor titular em 2002, sempre na Escola
de Comunicações e Artes. Atualmente segue com suas atividades de docência e
pesquisa junto ao Programa de Pós-Graduação da ECA-USP. É membro do conselho
consultivo da Coleção Pirelli-Masp de Fotografia e mantém vínculos com outras
instituições culturais. Foi diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e
do Idart (Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo). Como fotógrafo,
tem trabalhos nas coleções permanentes de várias instituições internacionais,
como o MoMA (Nova York), a Smithsonian Institution (Washington) e a
Bibliothèque Nationale de Paris, e museus nacionais, como o Masp, o MAC-USP e a
Pinacoteca do Estado de São Paulo. É autor dos livros: Viagem pelo
fantástico; Hercule Florence, a descoberta isolada da fotografia no Brasil; Origens
e expansão da fotografia no Brasil – Século XIX;Dicionário
histórico-fotográfico brasileiro; Fotografia e história, entre outros. Em
1984, recebeu do Ministério da Cultura e da Comunicação da França, pelo
conjunto de sua obra, a distinção Chevalier de l’Ordre des Arts et des
Letters.
Sobre Joaquim Marçal
Joaquim Marçal Ferreira de Andrade é pesquisador da
Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional. Trabalha na instituição há mais
de 30 anos, onde atuou como designer e chefiou a Seção de
Promoções Culturais, a Divisão de Fotografia e a Divisão de Iconografia.
Coordenou o projeto de resgate da coleção de fotografias doada pelo imperador
d. Pedro II, hoje inscrita no registro internacional do programa Memória do
Mundo, da Unesco. Bacharel em desenho industrial pela UERJ, mestre em design pela
PUC-Rio e doutor em história social pela UFRJ, é professor adjunto de fotografia
da PUC-Rio e leciona no curso de pós-graduação em fotografia da Universidade
Candido Mendes. Curador de exposições, perito judicial em fotografia e artes
gráficas e autor de ensaios sobre a história da fotografia, das artes gráficas
e do design, é autor de História da fotorreportagem no
Brasil – A fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900.
Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
Horário de visitação: de terça a domingo, das 11h
às 20h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário