No final da década de 1950 a principal atração era o filme em tela grande, em alto e bom som, repleto de falas, ruídos e música. Nesse momento em que os equipamentos e os modos de produção e distribuição favoreciam as comédias centradas em personagens agitados, barulhentos e faladores, dois cineastas franceses se dedicaram a recuperar a herança de uma comicidade essencialmente visual do cinema silencioso: Jacques Tati e Pierre Étaix.
Artista gráfico de formação, Étaix dedicou-se primeiro ao desenho, e logo ao teatro de revista e depois ao circo, com o palhaço Nino, uma primeira formulação do protagonista de Yoyo. Na realidade, Étaix jamais abandonou sua linguagem gráfica. Produziu séries de caricaturas de pessoas do cinema – Fellini, Jerry Lewis, Marlene Dietrich, Chaplin. Estudava os personagens e os figurinos de seus filmes em desenhos, e em 1985 expôs no Festival de Cannes os desenhos de um projeto não realizado, Nom de Dieu.
Exibiu ainda no Festival um desenho da Estátua da Liberdade multiplicada por três, com as feições dos irmãos Marx; e redesenhos de clássicos da pintura, como A Mona Lisa sem o sorriso e A última ceia com doze atores cômicos do cinema ao redor de Cristo: Keaton, Stan Laurel, Oliver Hardy, W. C. Fields, Harold Lloyd, Harry Langdon, Harpo, Chico e Groucho Marx, Max Linder, Fatty Arbuckle e Charles Chaplin.
Em carta enviada em 1965, escrita após ver Yoyo, François Truffaut diz: “Acabo de ver Yoyo em Paris e se você me perguntasse ‘gostou?’ eu responderia: Ya, ya em Berlin. Yes, yes em Londres. Yeyé no teatro de Coquatrix (o Olympia de Paris). É um filme muito bonito, gostei de todos os planos e das ideias que me ensinaram muitas coisas sobre cinema”.
PROGRAMAÇÃO
Quinta | 5 de junho
16h00: O enamorado (Le Soupirant) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Pierre Étaix, Karin Vesely, Claude Massot (França,1963. 81’)
Inteiramente voltado para a pesquisa científica e o estudo dos astros, um jovem parisiense de família rica bruscamente renuncia aos astros, para partir em busca de uma esposa para atender ao pedido insistente dos pais.
Complemento: Ruptura (Rupture) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Pierre Étaix e Anne-Marie Royer. (França, 1961. 11’)
Um homem recebe uma carta de ruptura da sua amada com uma fotografia sua rasgada. O apaixonado ferido decide responder a esta carta. Caneta tinteiro, mesa de trabalho, selos, papel e tinteiro se tornam diabolicamente recalcitrantes e, cúmulo do azar, o jovem é lançado da sua cadeira de balanço pela janela.
20h00: Yoyo (Yoyo) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean-Claude Carrière. Com Étaix, Claudine Auger, Luce Klein e Philippe Dionnet. (França,1965. 92’)
Um bilionário arruinado viaja acompanhado de uma amazona de circo. Seu filho torna-se palhaço e restaura a sua fortuna.
Complemento: Feliz aniversário (Heureux Anniversaire) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean-Claude Carrière. (França,1962. 12’)
Enquanto a esposa prepara a mesa para festejar o aniversário de casamento, o marido, ainda na cidade, faz as compras de última hora. Um grande engarrafamento aumenta o atraso.
Sexta | 6 de junho
16h00: Pays de Cocagne (Pays de Cocagne) direção e roteiro de Pierre Étaix. (França, 1971. 86’)
Logo após maio de 1968, Étaix descobre os franceses em férias. Ele capta cenas ao vivo que edita e cria assim o primeiro documentário de construção burlesca.
Complemento: Em plena forma (En Plein Forme) de Pierre Étaix. (França, 1966. 13 ’)
Originalmente uma sequência do longa-metragem Enquanto tivermos saúde em sua versão de 1965. Em 1971, Étaix volta à edição desse filme e extrai essa trecho do filme e em 2010, decide apresentá-lo como um curta-metragem, por ocasião do relançamento de seus filmes restaurados.
20h00: O grande amor (Le Grand Amour) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Étaix, Annie Fratellini, Nicole Kalfan, Louis Mais e Alain Janey (França, 1969. 86’)
Pierre é casado com Florence. Tudo vai bem com seu casamento e o trabalho. Diretor de uma fábrica de seu sogro, passa os dias a assinar cheques e as noites a ver televisão. Os anos passam, monótonos e, quando chega uma nova secretária, ele se apaixona e começa a sonhar.
Complemento: Ruptura (Rupture) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Pierre Étaix, Anne-Marie Royer, Anny Nelsen. (França, 1961. 11’)
Sábado | 7 de junho
14h00: O enamorado (Le Soupirant) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Pierre Étaix, Karin Vesely e Claude Massot. (França,1963. 81’)
Inteiramente voltado para a pesquisa científica, um jovem parisiense de família rica bruscamente renuncia aos astros, e vai em busca de uma esposa para atender ao pedido insistente dos pais.
15h30: Enquanto tivermos saúde (Tant qu’on la santé) Direção e roteiro de Pierre Étaix. Com Pierre Étaix, Denise Peronne, Simone Fonder e Sabine Sun. (França, 1966. 65’)
Pierre vive ameaçado pelos efeitos de um modernismo absurdo – tudo à sua volta é barulho, precipitação, confusão, tudo balança na sua rua e treme em seu apartamento. O retrato da sua noiva cai na cesta de papéis, ela fica atônita quando chega ao apartamento e foge. Não aguentando mais o barulho, Pierre viaja para descansar no campo com seu material de camping e degustar as delícias da tranquilidade e do silêncio.
Sessão seguida de palestra de Stéphane Goudet sobre o cinema de Pierre Étaix
20h00: Yoyo (Yoyo) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean-Claude Carrière. Com Étaix, Claudine Auger, Luce Klein e Philippe Dionnet. (França,1965. 92’)
Um bilionário arruinado viaja acompanhado de uma amazona de circo. Seu filho torna-se palhaço e restaura a sua fortuna.
Complemento: Feliz aniversário
(Heureux Anniversaire) de Pierre Étaix. (França, 1962. 12 ’)
A mesa para festejar o aniversário de casamento está pronta, mas o marido, ainda está na cidade, preso num engarrafamento.
Domingo | 8 de junho
15h30: O grande amor (Le Grand Amour) de Pierre Étaix.
Roteiro em parceria com Jean Claude Carrière. Com Étaix, Annie Fratellini, Nicole Kalfan, Louis Mais e Alain Janey (França, 1969. 86’)
17h30: Enquanto tivermos saúde (Tant qu’on la santé) direção e roteiro de Pierre Étaix. (França, 1966. 65’)
Pierre vive ameaçado pelos efeitos de um modernismo absurdo – tudo à sua volta é barulho, precipitação, confusão, tudo balança na sua rua e treme em seu apartamento.
20h00: Pays de Cocagne (Pays de Cocagne) de Pierre Étaix. (França, 1971. 86’)
Dois anos depois de Enquanto tivermos saúde, Étaix descobre os franceses em férias. Começa então a captar cenas ao vivo, que edita e cria assim o primeiro documentário de construção burlesca.
Complemento: Em plena forma (En Plein Forme) de Pierre Étaix (França, 1966. 13 ’)
Originalmente uma sequência do longa-metragem Enquanto tivermos saúde em sua versão de 1965.
Ingressos
Terça a domingo e feriados: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com
Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7417
Disponibilidade de ingressos sujeita à lotação da sala.
Capacidade da sala: 113 lugares
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