segunda-feira, 9 de maio de 2016

CINEMA - IMS-RJ RECEBE MOSTRA SENSORY ETHNOGRAPHY LAB DE HARVARD E O NOVO CINEMA ANTROPÓLOGICO



Entre os dias 12 e 15 de maio ocorrerá no cinema do IMS-RJ uma mostra que apresentará seis filmes produzidos pelo Laboratório de Etnografia Sensorial (Sensory Ethnografy Lab em inglês) da Universidade de Harvard. Criado em 2007, o SEL foi fundado por um grupo de antropólogos interessados em expandir as fronteiras da prática investigativa contemporânea nas ciências humanas.

Com curadoria do americano Richard Peña, a mostra inclui títulos como Erva doce, de Lucien Castaing-Taylor, e Manakamana, de Pacho Velez e Stephanie Spray. No dia 13 (sexta-feira), às 11h, Peña ministrará uma aula aberta sobre a produção contemporânea de documentários nos Estados Unidos, comparando-a com as tendências de diferentes partes do mundo. Para ele, “se houver alguma palavra que resuma melhor a produção contemporânea de documentários nos EUA, provavelmente seria ‘convergência’: os limites estritos que por tanto tempo governaram a produção cinematográfica – ficção, documentário, animação, cinema experimental – têm praticamente desabado, com novas formas híbridas excitantes aparecendo continuamente”. O evento é gratuito e haverá distribuição de senhas.

No dia 14 (sábado), após a exibição do filme Serras da desordem (Brasil, 2006), de Andrea Tonacci, às 16h, acontecerá um debate com o curador, que escolheu a obra por sua relação estética com a produção do SEL.

Segundo Peña, “a Universidade de Harvard tem uma grande tradição na produção de filmes etnográficos e antropológicos. Logo depois de encontrar várias obras produzidas pelo SEL em torno de 2007, 2008, fiquei convencido de que eles representavam um novo capítulo provocativo nessa história orgulhosa. Os projetos de mídia do SEL – a maioria são obras concebidas para serem projetadas em uma sala de cinema, mas também existem instalações e até mesmo obras de arte sonora – têm aproveitado as mais recentes tecnologias de captação de imagens e som digitais para criarem experiências imersivas, que se esforçam para transmitir aos seus espectadores as texturas desses lugares e eventos, sem julgamento, sem análise prévia. Para mim, os filmes do SEL também representam uma fusão bem-sucedida entre as tradições do documentário e do cinema experimental, como as vistas nos filmes de artistas como Joris Ivens, Jean Vigo e Dziga Vertov nas décadas de 1920 e 1930.”

Os ingressos custam 8 reais (inteira) e 4 reais (meia-entrada) e podem ser adquiridos na recepção do IMS ou pelo site www.ingresso.com.

Sobre o curador
Richard Peña nasceu em Nova York em 1953 e leciona em Columbia desde 1989, tendo sido nomeado professor de prática profissional em 2003. Entre 2006 e 2009, foi professor visitante de espanhol na Universidade de Princeton. Foi diretor de programação do Film Society of Lincoln Center, além de diretor do New York Film Festival entre 1988 e 2012. Na Film Society, organizou retrospectivas de Michelangelo Antonioni, Sacha Guitry, Abbas Kiarostami, Robert Aldrich, Gabriel Figueroa, Ritwik Ghatak, Kira Muratova, Youssef Chahine, Yasujiro Ozu, Carlos Saura e Amitabh Bachchan, além de ter organizado mostras dedicadas aos cinemas africano, chinês, cubano, polônes, húngaro, árabe, coreano, japonês, soviético e argentino.

Programação

12 de maio (quinta-feira) 
16h 15min.  Parque do povo (People’s park)  de Libbie D. Cohn e JP Sniadecki China, EUA, 2012. 78’ Exibição em DCP

18h  Leviathan de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel  EUA, França, Reino Unido, 2012. 87’ Exibição em DCP
  
20h On Broadway de Aryo Danusiri EUA, 2011. 62’Exibição em DCP

13 de maio (sexta-feira)
11h Aula aberta com Richard Peña

16h15 Manakamana de Stephanie Spray e Pacho Velez Nepal, EUA, 2013. 95’ Exibição em DCP

18h Peças estrangeiras (Foreign Parts) de Véréna Paravel e JP Sniadecki EUA, França, 2010. 80’
Exibição em DCP

20h Erva-doce (Sweetgrass) de Lucien Castaing-Taylor e Ilisa Barbash EUA, França, Reino Unido, 2009. 101’ Exibição em DCP
  
14 de maio (sábado)
14h On Broadway de Aryo Danusiri  EUA, 2011. 62’ Exibição em DCP

16h Serras da desordem de Andrea Tonacci Brasil, 2006. 135’, 10 anos Exibição em 35 mm  + debate com Richard Peña – curador da mostra e professor da Columbia University

20h Leviathan de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Parável  EUA, França, Reino Unido, 2012. 87’ Exibição em DCP
  
15 de maio (domingo)
14h Manakamana de Stephanie Spray e Pacho Velez Nepal, EUA, 2013. 118’Exibição em DCP
  
16h Erva-doce de Lucien Castaing-Taylor e Ilisa Barbash EUA, França, Reino Unido, 2009. 101’ Exibição em DCP
  
18h  Peças estrangeiras (Foreign Parts) de Véréna Paravel e JP Sniadecki EUA, França, 2010. 80’
Exibição em DCP 

20h Parque do povo de Libbie D. Cohn e JP Sniadecki China, EUA, 2012. 78’ Exibição em DCP
  
Confira as  sinopses e trailers abaixo:

Serras da desordem, de Andrea Tonacci
(Brasil, 2006. 135’, 10 anos.) / Exibição em 35 mm.
Carapirú é um índio nômade, que consegue escapar de um ataque surpresa de fazendeiros que massacra seu grupo familiar. Durante 10 anos, ele perambula sozinho pelas serras do Brasil central, até ser capturado em novembro de 1988, a dois mil quilômetros de distância do seu ponto de origem. Levado para Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, em uma semana torna-se manchete nacional e centro da polêmica criada por antropólogos e linguistas quanto à sua origem e sua identidade. Os personagens principais deste filme foram interpretados pelas mesmas pessoas que viveram os fatos narrados.

Erva-doce (Sweetgrass), de Lucien Castaing-Taylor e Ilisa Barbash
(EUA, França, Reino Unido, 2009. 101’) / Exibição em DCP
Uma elegia sentimental para o oeste americano, Erva-doce oferece um panorama abrangente e um retrato íntimo da provável última geração de pastores de ovelhas de Montana. Com uma grande sensibilidade, o filme narra os esforços de um pequeno grupo de pastores para conduzir suas ovelhas nas montanhas Beartooth de Montana para o pasto do verão.



Parque do povo (People’s park), de Libbie D. Cohn e JP Sniadecki
(China, EUA, 2012. 78’) / Exibição em DCP
Uma fascinante janela para uma China moderna, Parque do povo mergulha os espectadores em uma jornada ininterrupta através de um famoso parque urbano em Chengdu, na província de Sichuan. O filme explora as dezenas de humores, ritmos e atividades que convivem próximas dentro do espaço social prismático do parque, capturando casais valsando, grandes figueiras, cantores de karaokê e o zumbido das ciscadas. Parque do povo oferece um novo olhar na interação entre lazer, comportamento e autoexpressão na China de hoje.

Peças estrangeiras (Foreign Parts), de Véréna Paravel e JP Sniadecki
(EUA, França, 2010. 80’) / Exibição em DCP
Repleto de ferros-velhos e depósitos de sucata, sem calçadas e linhas de esgoto, o bairro de Willets Point, em Nova York, parece pronto para a reforma urbana. Mas Peças estrangeiras descobre uma estranha comunidade ali, em que destroços, resíduos e reciclagem formam um comércio florescente. Carros são retirados, classificados e catalogados de acordo com suas peças e marcas, para então serem revendidos a um desfile interminável de clientes em umdrive-thru. O filme observa e capta a luta de um bairro em conflito e seus moradores excêntricos antes que desapareçam sob a marcha do capital e dos interesses financeiros.


Manakamana (Manakamana), de Stephanie Spray e Pacho Velez (Nepal, EUA, 2013. 118’) / Exibição em DCP 
O filme se passa inteiramente dentro da cabine de um teleférico que conduz passageiros para um templo no Nepal, em uma complexa combinação de tecnologia e espiritualidade. Cada uma das 11 jornadas dura cerca de dez minutos, que é o mesmo tempo de um rolo de 16 mm, o que torna ainda mais intensa a experiência de observar e ser observado. Cada passeio evoca um diferente gênero cinematográfico – melodrama, comédia, musical –, gravando as reações, o desconhecimento e até mesmo as performances dos viajantes diante da câmera, com a qual compartilham o espaço do teleférico.


Leviathan (Leviathan), de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Parável (EUA, França, Reino Unido, 2012. 87’) / Exibição em DCP
Filmado em grande parte na costa de New Bedford, Massachusetts, o mítico ponto de partida de Herman Melville em Moby Dick, Leviathan fornece uma visão sem precedentes do mundo da pesca industrial. Um retrato por vezes cósmico e corporal, que parece adotar tanto o ponto de vista do peixe, do barco e do mar como o dos pescadores ou dos próprios cineastas.


On Broadway (On Broadway), de Aryo Danusiri
(EUA, 2011. 62’) / Exibição em cópia digital (blu-ray)
Uma investigação da transição entre o secular e o sagrado, de espaços ordinários que adquirem outras funções, On broadway se desenvolve como uma série de tomadas observacionais que registram um ambiente urbano anônimo que, ao longo de algumas horas, muda constantemente de propósito e identidade. Testemunhamos as idas e vindas de uma ampla variedade de pessoas e vemos como cada nova mudança apresenta ritmos diferentes que ligam o espaço tão isolado ao mundo além do alcance da câmera. Filmado perto do local conhecido como Ground Zero (Marco Zero), em Nova York, onde ficavam as Torres Gêmeas, o filme também oferece uma reflexão sobre a política da vida cotidiana para a crescente população muçulmana de Nova York.

Serviço:
Mostra Sensory Ethnography Lab de Harvard e o novo cinema antropológico
De 12 à 15 de Maio
Local: IMS - RJ
Os ingressos podem ser adquiridos na recepção do IMS ou pelo site www.ingresso.com.


Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea – Rio de Janeiro – RJ
21 3284 7400


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