Os diretores João
Fonseca e Vinícius Arneiro se arriscam na empreitada de levar para os palcos a
vida de uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos. “Cassia
Eller – o musical “ é bem mais intimista do que “Tim Maia — Vale tudo” e “Cazuza
— Pro dia nascer feliz”, o espetáculo se desenrola num cenário com cadeiras
apenas, onde também está a banda que acompanha Tacy nas várias fases da vida de
Cássia.
O texto de Patrícia Andrade dá alguns pequenos acordes suaves (e desconexos)
sobre o início da carreira e os amores de Cássia. Tudo é jogado de maneira
superficial, sem aprofundamento algum, é um roteiro fraco e frouxo,
completamente sem amarras.
Para segurar a narrativa é
necessário ter atores que interpretem, para contornar o fato de uma não atriz
interpretar Cássia, Tacy (mesmo tendo o mesmo timbre, mesmos trejeitos e uma ótima
caracterização) tenta fazer um resgate de como ela era aos 24 anos, mas não consegue, ela é apenas um cover em cena.
O elenco vive na corda bamba,
são muitos personagens para poucos atores, além da falta da carga dramática. Inicialmente,
a química entre os atores não existe, mas com o passar do tempo, as coisas vão
se encaixando dentro do possível.
Mesmo assim, a peça está longe de ser um espetáculo
teatral musical ou mesmo um conjunto sobre os principais fatos da
meteórica trajetória da cantora. Ao contrário do documentário
de Paulo Henrique Fontenelle, na peça falta
identificação do público com a cantora. “Cassia Eller – o musical” é um cover,
não um musical, como a montagem se propõe a ser.

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