Millôr: obra gráfica reúne 500 originais de um artista de difícil classificação. Humorista, dramaturgo e jornalista, Millôr fez do desenho seu principal meio de expressão, tornando-se referência para diversas gerações.
Millôr: obra gráfica, exposição que será aberta no dia 16 de abril, às 18h, no Instituto
Moreira Salles do Rio de Janeiro, é a primeira retrospectiva dedicada aos
desenhos do humorista, dramaturgo e tradutor. Em 500 originais, os curadores
Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires mapeiam os principais
temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista. Ao
ganhar as galerias, os desenhos, feitos principalmente para serem publicados na
imprensa, revelam a força e a complexidade de uma obra fundamental para a arte
brasileira. Acompanha a mostra um livro que, além de reproduzir os originais,
traz ensaios críticos e uma cronologia de vida e obra de Millôr.
A mostra divide em cinco grandes conjuntos a obra gráfica de Millôr, dos
autorretratos à crítica implacável da vida brasileira, passando pelas relações
humanas, o prazer de desenhar e a imensa e importante produção do “Pif-Paf”,
seção que manteve na revista O Cruzeiro entre 1945 e 1963. O
acervo de Millôr, que reúne mais de seis mil desenhos e seu arquivo pessoal,
está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2013.
Os grandes conjuntos
“Millôr por Millôr” traz os desenhos em que o
artista encontra-se consigo mesmo. Personagem inventado pelo cidadão Milton
Viola Fernandes, Millôr é um desses casos em que criador e criatura tornam-se
uma coisa só, com a liberdade de referir-se a si mesmo na terceira pessoa:
“Millôr isto”, “Millôr aquilo”, “Millôr avisa”, “Millôr tem razão” etc. Essa
parte da exposição apresenta uma coleção de autorretratos e variações do seu
próprio nome.
“Pif-Paf, o laboratório” mostra seu primeiro grande
trabalho como colunista da revista O Cruzeiro, onde trabalhou de
1945 a 1963. No início da coluna “Pif-Paf”, embrião de tudo o que faria ao
longo da sua longeva carreira, Millôr apenas escrevia o texto, ilustrado pelo
cartunista Péricles. Pouco tempo depois, assumiria o trabalho todo, texto e
desenho. Neste núcleo, estarão expostos os leiautes preparados para a coluna
junto com as páginas impressas, para permitir que o visitante conheça o
processo jornalístico.
Em “Brasil” e em “Condição humana”, Millôr percorre
a vida do país e dos brasileiros tratando com seu humor característico, ácido,
desde as grandes questões da política e da economia até os embates cotidianos
do homem com a morte, o casamento e a vida familiar. As obras serão
apresentadas em seus suportes originais, com anotações e imperfeições que o
flagram no ato de criação e, ao mesmo tempo, não o sacralizam. Millôr é
apresentado de forma plena, e seu trabalho, da maneira como melhor o entendia:
impresso, sobretudo em jornais e revistas.
O último núcleo, “À mão livre”, traz seus
exercícios essencialmente visuais, que revelam a primazia e o prazer do olhar.
Céus, sóis, cães e gatos, ratos como cobaias, peixes, galinhas, uma dezena
delas... São desenhos feitos quando estava ao telefone, ou sem qualquer
compromisso de publicação.
Millôr: obra gráfica, exposição e livro, propõe uma visão de conjunto sobre uma
obra que, de forma fragmentada, fez e faz parte da vida dos brasileiros.
Serviço:
Millôr: obra
gráfica
Curadoria: Cássio Loredano, Julia Kovensky e
Paulo Roberto Pires
Abertura: 16 de abril, às 18h
Visitação: de 17 de abril a 21 de agosto
De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca - Classificação livre
Entrada franca - Classificação livre
Visitas mediadas para grupos: agendar pelo
telefone (21) 3284 7485 ou educativo.rj@ims.com.br
Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
Nenhum comentário:
Postar um comentário