sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Últimas semanas para conferir a exposição SÃO PAULO, FORA DE ALCANCE do fotógrafo Mauro Restiffe. No dia 20 haverá encontro na mostra com Agnaldo Farias



Até o dia 28 de setembro é possível visitar a exposição SÃO PAULO, FORA DE ALCANCE, do fotógrafo Mauro Restiffe, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. A pedido da revista ZUM, Restiffe já havia fotografado o bairro da Luz em 2012. Para esta exposição, o fotógrafo foi convidado a estender seu trabalho sobre a cidade de São Paulo, realizando caminhadas por outros bairros, centrais e periféricos, como Brás, República, Pinheiros, Vila Congonhas e Itaquera. Esses deslocamentos aconteceram quase diariamente por três meses e deram origem a fotografias feitas com a câmera Leica e o filme preto e branco de alta sensibilidade que fazem parte da poética do artista. Restiffe é conhecido pelas séries fotográficas que desenvolve em torno de questões urbanas de relevância histórica, política e arquitetônica.

No dia 20 de setembro, às 17h, o departamento de Educação e Pesquisa do IMS promove um encontro entre sua coordenadora, Ana Luiza Nobre, e Agnaldo Farias, crítico de arte e professor da FAU-USP. O evento acontece no próprio espaço expositivo e é aberto ao público.

Entre os dias 13 e 15 de agosto foi realizado um workshop com o fotógrafo Mauro Restiffe. A proposta foi abordar fotograficamente – e criticamente – as transformações urbanas em curso no Rio de Janeiro a partir do trabalho do fotógrafo. Participaram do encontro universitários da PUC-Rio e da favela da Maré.

Um dos objetivos deste workshop foi contribuir para a criação de um banco de imagens sobre o processo de transformação urbana em curso em várias cidades brasileiras – perspectiva que conduziu três projetos comissionados pelo IMS recentemente: o projeto de Mauro Restiffe em São Paulo, a pesquisa de Tuca Vieira nas regiões Norte e Nordeste, realizada no âmbito da X Bienal de Arquitetura de São Paulo, e o mais recente trabalho de Caio Reisewitz, Água escondida, em parceria com a BEĨ Editora, cujo lançamento acontecerá no dia 23 de setembro.

O IMS pretende desenvolver uma série de atividades similares com outros fotógrafos contemporâneos consagrados. Os próximos serão abertos ao público com divulgação no site do IMS (www.ims.com.br).

Sobre a exposição:
As 18 obras escolhidas para a exposição apresentam a cidade, o espaço urbano e seus habitantes. Muito longe de cartões-postais, as fotografias atualizam o repertório visual de São Paulo ao olhar para espaços públicos e construções importantes como o Itaquerão, a praça do Relógio, o Templo de Salomão, a praça Roosevelt, o vão livre do Masp e o Museu do Ipiranga. Ampliadas em formatos que variam de 60 centímetros a mais de dois metros de largura, as imagens ganham escala monumental. 

Os usos variados que os habitantes fazem da cidade e os diversos estágios de construção e conservação do patrimônio arquitetônico se combinam para narrar visualmente a experiência fragmentada que caracteriza a vida urbana. Nas imagens da exposição, os deslocamentos diários ao trabalho ou os passeios de fim de semana se misturam a fatos extraordinários, como o incêndio no Memorial da América Latina, ocorrido em novembro do ano passado, ou um dos vários protestos realizados neste ano. 

Ao usar o preto e branco para fotografar acontecimentos recentes, o fotógrafo dá às obras uma ambiguidade temporal. O preto e branco e a alta granulação produzem uma unidade entre as pessoas e o variado tecido urbano, ao mesmo tempo em que serve de metáfora para a organização caótica e precária das cidades.
As obras de Restiffe são afixadas em painéis espalhados pelo espaço expositivo, ao invés de estarem penduradas nas paredes, como seria tradicional. A montagem, que faz alusão ao percurso das cidades, obriga o visitante a confrontar-se com as obras e contorná-las, construindo planos, perspectivas e bloqueios conforme se caminha pela galeria. O título da exposição também sugere a impossibilidade de representar uma cidade grande e complexa como São Paulo. 

SÃO PAULO, FORA DE ALCANCE tem curadoria de Thyago Nogueira, coordenador de fotografia contemporânea do IMS. O projeto expográfico é de Martin Corullon, do escritório Metro Associados, e a identidade visual, de Daniel Trench. 

Um desdobramento importante do projeto é o livro São Paulo, fora de alcance, com 50 imagens de Mauro Restiffe e texto do curador Thyago Nogueira (112 páginas, formato 22 x 29 cm, R$ 89,90). 

Sobre o artista: 
Mauro Restiffe nasceu em São José do Rio Pardo, em 1970. Formou-se em cinema pela Faap e estudou fotografia no International Center of Photography e na New York University. Suas obras foram expostas, entre outros lugares, no MAC-SP (2011) e na 27ª Bienal de São Paulo. Seu trabalho faz parte de coleções importantes, como as da Tate Modern, do MoMA de São Francisco, de Inhotim e da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi indicado ao prêmio BES-Photo de 2011 e, em 2013, foi premiado pela Fundação Conrado Wessel. Expôs no Rio de Janeiro em 2006, na galeria Laura Marsiaj. Esta é sua primeira exposição individual institucional na cidade.


Conheça o ensaio feito para a revista ZUM em 2012: http://revistazum.com.br/revista-zum-2/nova-luz/

Exposição SÃO PAULO, FORA DE ALCANCE
Fotografias de Mauro Restiffe e curadoria de Thyago Nogueira
Visitação: até 28 de setembro

De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca - Classificação livre
Visitas monitoradas para escolas: agendar pelo telefone (21) 3284-7400

Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400(21) 3206-2500


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